16 de mar. de 2010

Translucência Nucal

Uma das primeiras sensações de uma mulher que deseja ter um filho e descobre que está grávida é uma felicidade imensa que irradia para todos os lados.
Um tempo depois, essa alegria se mistura com um pouco de preocupação com o futuro bebê: “Será que está tudo bem com o meu filho?”, “Será que ele está se desenvolvendo normalmente dentro da barriga e com saúde?”.
Para saciar essa expectativa da futura mamãe, há alguns exames que são feitos por especialistas durante toda a gestação que podem dizer se está ou não tudo bem com o bebê em desenvolvimento. Um desses exames é a medida de Translucência Nucal (TN).
A Translucência Nucal é medida durante a ultra-sonografia realizada entre a 11a e 13a semana gestacional. A ultra-sonografia geralmente é abdominal, mas se a medida não for possível, pode ser necessária a realização da ultra-sonografia transvaginal.  Se houver um acúmulo excessivo de líquido na região da nuca do feto, aumenta o risco do bebê ter uma alteração cromossômica, mal-formações ou alguma síndrome genética.
Vale ressaltar que a TN não faz o diagnóstico, isto é, não oferece certeza absoluta, mas revela um risco grande daquele feto que está com acúmulo de líquido na região da nuca apresentar alguma alteração. Lembre-se que fazer um diagnóstico de alguma alteração precoce é fundamental para a realização de um tratamento o mais breve possível.
Síndrome de Down - A mais conhecida das alterações cromossômicas é a Síndrome de Down, onde, além da TN, a idade materna e a história anterior na família de alteração cromossômica também são importantes para calcular o risco. Para se ter certeza do diagnóstico de Síndrome de Down é preciso realizar outros exames como o estudo de cariótipo fetal (aminiocentese).
Dos fetos que apresentam a TN aumentada e o cariótipo normal, há grandes chances de mal-formações do coração, síndromes genéticas ou mesmo o não desenvolvimento pleno do feto resultando em abortos espontâneos ou morte intra-útero.
Toda mulher tem algum risco de dar a luz a um bebê com alguma alteração cromossômica. Se a mamãe tiver 25 anos, o risco inicial é de 1/430, isto é, a cada 430 mamães, 1 terá um filho com anomalia cromossômica. Caso tenha 35 anos, o risco sobe para 1/125.
Mas esse número pode aumentar ou diminuir de acordo com os fatores já mencionados aqui, entre os quais a idade da mulher (quanto mais velha a mamãe grávida, maior é o risco) e de história na família de alterações, chamado de risco ajustado ou individual.
Como é um exame simples e não invasivo, ou seja, não há risco para mamãe e nem para bebê, esse exame deve ser realizado rotineiramente no pré-natal em todas as mamães grávidas.
A partir do cálculo desse risco deve-se então verificar a necessidade de se realizar exames mais invasivos para se ter a certeza do diagnóstico, possibilitando tratamento mais específico e o aconselhamento genético para o casal sobre as possíveis anomalias do seu bebê.

Dicas
A Translucência Nucal também proporciona verificar com mais precisão a idade gestacional da mulher, facilitando o acompanhamento do crescimento fetal.
Caso a TN estiver aumentada, não tenha medo e pergunte tudo o que lhe passar pela cabeça na consulta médica.
Quanto mais conhecer o seu bebê, melhor vai poder cuidar da maior preciosidade que você carrega. 



MEDIDA DA TRANSLUCÊNCIA NUCAL:

1 - A medida mínima do Comprimento-Cabeça-Nádegas (CCN) deve ser de 45mm e no máximo de 84mm. A idade gestacional ideal para avaliação da TN é de 11 até 13 semanas e 6 dias. A taxa de sucesso na obtenção da medida da TN neste período é de 98-100%, com queda para 90% à partir da 14a semanas. (Medida do CCN entre 45 - 84mm; idade gestacional entre 11-14 semanas)

2 - Os resultados utilizando a via transabdominal e via transvaginal são semelhantes, porém a via transvaginal a reprodutibilidade é maior.

3 - Deve ser obtida um bom corte sagital, para a medida do CCN.

4 - O feto deve ocupar 3/4 da tela . 
Este processo de magnficação deve ocorrer de forma que cada aumento na distância dos calipers deverá ser de somente 0,1mm.

5 - Deve-se ter cuidado ao se distinguir entre a pele fetal e o amnio, porque nesta fase da gestação ambas as estruturas aparecem como finas membranas. Isto pode ser obtido esperando um movimento fetal espontâneo para longe da membrana amniótica, pode-se solicitar para a mãe tossir ou mexer no baixo ventre para provocar um movimento fetal.

6 - A espessura máxima da translucência sub-cutânea entre a pele e a pele que recobre a região cervical fetal deve ser colocado os calipers . Durante o exame, mais de uma medida deve ser realizada, sendo que a maior medida deve servir como referência.

7 - A Translucência Nucal deve ser medida com o feto em posição neutra. Quando o feto está hiperextendido a medida da TN pode estar aumentada em 0,6mm e quando o feto está fletido, a medida pode estar diminuida em 0,4mm. (Whitlow et al, 1998)

8 - O cordão umbiliacal pode estar na região cervical fetal em aproximadamente 5-10% dos casos, podendo produzir uma falsa impressão de aumento da espessura da TN, adicionando 0,8mm à medida da TN (Schaefer et al, 1998). Nestes casos, as medidas da TN acima ou abaixo do cordão são diferentes, portanto alterando o cálculo do risco, sendo mais apropriado usar a menor medida.




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